China responde às acusações da OTAN e alerta para a proteção de seus direitos
A China respondeu às acusações da OTAN de desafiar os interesses e a segurança do bloco, e se opôs a qualquer tentativa da aliança militar de expandir sua presença na região do Pacífico asiático.
China rebate críticas da OTAN e alerta que protegerá seus direito
PEQUIM, 12 de julho (Reuters) - A China respondeu às acusações da OTAN de que desafia os interesses e a segurança do bloco, e se opôs a qualquer tentativa da aliança militar de expandir sua presença na região do Pacífico asiático.
Em um comunicado emitido durante uma cúpula de dois dias em Vilnius, capital da Lituânia, na terça-feira, a OTAN afirmou que a República Popular da China desafia seus interesses, segurança e valores com suas "ambições e políticas coercitivas". Os líderes da OTAN afirmaram que a China utiliza uma ampla gama de ferramentas políticas, econômicas e militares para aumentar sua presença global e poder de projeção, ao mesmo tempo que permanece opaca em relação à sua estratégia, intenções e reforço militar.
"A RPC (República Popular da China) e suas operações híbridas e cibernéticas maliciosas, bem como sua retórica de confronto e desinformação, visam os Aliados e comprometem a segurança da Aliança", declararam os líderes da OTAN em seu comunicado.
Em resposta, a missão chinesa na Europa emitiu um comunicado na terça-feira afirmando que o comunicado da OTAN sobre a China ignorava fatos básicos, distorcia a posição e as políticas chinesas e tinha o objetivo deliberado de desacreditar a China. A missão chinesa afirmou firmemente que se opõe e rejeita as acusações.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, disse a repórteres durante a cúpula que a China não é um "adversário" da OTAN, mas está cada vez mais desafiando a ordem internacional baseada em regras com seu comportamento coercitivo. Ele afirmou que a China se recusa a condenar a guerra da Rússia contra a Ucrânia, ameaça Taiwan e tem realizado uma escalada militar substancial. No entanto, o comunicado da OTAN não mencionou Taiwan.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan afirmou que foi "muito significativo" o fato de Stoltenberg expressar mais uma vez sua preocupação com a segurança no Estreito de Taiwan. Taiwan é um membro responsável e democrático da região do Indo-Pacífico e está disposto a colaborar com parceiros que compartilham ideias semelhantes, como Europa e Estados Unidos, para enfrentar juntos a coerção e os desafios dos regimes autoritários.
Além disso, a cúpula de dois dias contou com a participação de alguns líderes da Ásia-Pacífico. O primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, participando pela segunda vez, destacou a importância de a aliança militar prestar atenção aos riscos no leste asiático. Enquanto isso, o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol buscou uma cooperação internacional de segurança mais profunda diante das crescentes ameaças da Coreia do Norte e das tensões relacionadas à China.
Em maio, Kishida afirmou que o Japão não tinha planos de se tornar membro da OTAN, embora a OTAN estivesse planejando abrir um escritório em Tóquio, o primeiro na Ásia, para facilitar consultas na região.
A missão chinesa afirmou resolutamente que a China se opõe ao "movimento para o leste na região da Ásia-Pacífico" e alertou que qualquer ação que ameace os direitos de Pequim receberá uma resposta firme.
A OTAN afirmou em seu comunicado que a China tem buscado controlar setores tecnológicos e industriais-chave, infraestrutura crítica, materiais estratégicos e cadeias de suprimentos, além de utilizar sua influência econômica para criar dependências estratégicas e aumentar sua influência.
Em resposta, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua afirmou em um relatório que as guerras e conflitos envolvendo os países da OTAN sugerem que o bloco representa um "grave desafio" para a paz e a estabilidade globais.
"Apesar de todo o caos e conflito já causados, a OTAN está espalhando seus tentáculos para a região da Ásia-Pacífico com o objetivo expresso de conter a China", afirmou a Xinhua.
Reportagem de Liz Lee e Ryan Woo; Reportagem adicional de Ben Blanchard em Taipei; Edição por Michael Perry e Stephen Coates.
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